Como funciona a negociação de uma colheita futura?

Como funciona a negociação de uma colheita futura?

A comercialização das lavouras de milho e soja tem gerado desafios e preocupações para os agricultores na hora de comercializar os grãos.

A preparação e o planejamento nesta etapa são tão importantes quanto fazer um bom plantio e manejo da lavoura, pois tem a ver com o lucro obtido e principalmente com a cobertura de despesas.

A produção brasileira de milho e soja responde por cerca de 80% da produção brasileira de grãos. Existem alguns critérios e estratégias que devem ser seguidas nesse processo para garantir os lucros.

Neste artigo, você verá como funciona a negociação de uma colheita.

Comercialização de grãos

O custo das lavouras é uma preocupação para os produtores rurais, por isso é melhor ter um plano agrícola que oriente a estratégia e facilite as decisões na fazenda desde o plantio, armazenagem de grãos até a comercialização.

O processo de venda de colheitas realmente começa muito antes de começar a colheita ou mesmo o plantio.

O primeiro desafio que um produtor enfrenta geralmente é a compra de insumos. O valor do investimento na compra de produtos agrícolas representa o maior custo de produção na colheita e, como tal, vale toda a preparação e planejamento.

Fazer essas compras à vista exige muito capital, que a maioria dos produtores não possui. O que acontece então é uma negociação entre o produtor que promete uma parte de sua colheita futura e o vendedor que faz a venda e a recebe na colheita. Deste modo, assim que os agricultores terminam a colheita da safra anterior, começam as vendas da nova safra.

Outro desafio é armazenar o grão colhido para aguardar o melhor preço do mercado. Defeitos nos sistemas de armazenamento obrigam os produtores a vender quase toda a safra na colheita, quando os preços são mais baixos e os fretes mais altos, pois quanto mais produtores desse grão, menor o preço.

Atrasar as vendas até o período de entressafra, quando os preços tendem a subir e os fretes caem, seria muito benéfico.

A interferência da pandemia

Mesmo em meio a essa pandemia, o agronegócio brasileiro contribuiu pelo terceiro mês consecutivo com aumento do PIB. 

Segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Esalq/USP em parceria com a CNA (Federação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o aumento é de 0,94%.

Entre os elementos que proporcionam altos rendimentos agrícolas, destacam-se o desenvolvimento de sementes adequadas a cada região, resistência a doenças, tratamento científico de solos, sistemas inovadores de plantio direto, alta mecanização da agricultura e manejo de sistemas técnicos.

Por outro lado, o aspecto de comercialização da produção não segue os mesmos desenvolvimentos previstos no campo. Portanto, quanto mais informações você tiver, maiores serão suas chances de fazer o melhor negócio. 

E conte com assessores de confiança que, por meio de sua experiência e análise da situação atual, apontam o melhor momento para vender grãos.

O milho

A produção de milho grão brasileiro tem dois destinos. Em primeiro lugar, o consumo pelos estabelecimentos rurais refere-se à porção de milho que é produzida e consumida dentro do próprio estabelecimento, principalmente para consumo animal e humano.

Existem fluxos comerciais para fábricas de ração animal, indústria química, mercado consumidor natural e exportações, quando aplicável, com base em cotações de produtos no mercado consumidor.

As vendas antecipadas da safra de milho aumentaram para 28,2% da produção, batendo o recorde anterior de 12%.

Especialistas aconselham os produtores a se concentrarem nos principais países produtores de milho para entender o impacto da comercialização, preços e mercados brasileiros.

A soja

A soja é uma das principais mercadorias comercializadas. Portanto, existem vários mercados possíveis, pois vários fatores afetam esses mercados.

As negociações no mercado futuro visam garantir os níveis de preços quando os produtores pensam que estão bons. 

Os produtores de soja utilizam o mercado futuro para segurar os custos de produção como forma de investir capital na safra. 

O hedge é a “espinha dorsal” de tais transações e é projetado para proteger o valor de um produto em uma determinada data, o chamado “bloqueio”. 

Esta é uma forma de os produtores se protegerem contra situações de volatilidade ou perda de preços. Por se tratar de uma negociação em bolsa de valores, as apostas são maiores, dependendo das apostas do produtor.

Para acompanhar o mercado, em termos de preços da soja, os produtores precisam avaliar como a briga entre EUA e China reagirá ao Brasil.

Estratégias mais comuns

Barter: Significa “troca”, essa negociação é realizada antecipadamente, trocando produtos agrícolas como soja, milho, trigo, etc. por insumos, sementes, fertilizantes, e pagando com o grão entregue após a colheita. 

O número de sacas a serem entregues é previamente acordado, com uma estimativa de quantas sacas serão necessárias para cobrir os custos dos insumos e os juros do empréstimo.

Pré-venda: O preço é definido por meio de um contrato futuro, no qual o produtor negocia o grão com uma cooperativa ou empresa e “bloqueia” o preço. Geralmente a entrega real do produto.

Venda a fixar: Neste modelo, espera-se que o comprador pague, mas os juros são deduzidos antes da entrega do grão. A diferença entre o valor esperado e os juros aplicados torna-se a remuneração do produtor rural. Esta forma não é adequada porque não trará muito lucro para o produtor.

Tradings e Corretoras: Essas agências serão responsáveis ​​pelas negociações nacionais e internacionais. Eles facilitarão o processo de negociação e encontrarão boas opções para produtores e compradores. No entanto, eles cobram uma taxa para isso.

Com isso, agora você sabe como funciona a negociação de uma colheita futura e ademais, as estratégias mais comuns que os agricultores utilizam.