Acidentes com aranhas podem aumentar durante o verão

Acidentes com aranhas podem aumentar durante o verão

Altas temperaturas e forte incidência de chuvas favorecem o aumento de 30% no número de acidentes com animais peçonhentos

Em um dos filmes de maior sucesso da Marvel, uma aranha é responsável por dar superpoderes a um adolescente chamado Peter Parker. Na vida real, porém, o animal não é tão amigável assim. Segundo o Ministério da Saúde, a picada dos aracnídeos pode ser dolorosa e causar problemas de saúde, como necrose e anemia. 

De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, o verão, período marcado por altas temperaturas e forte incidência de chuvas, favorece um aumento de cerca de 30% no número de acidentes com animais peçonhentos. A universidade explica que essas espécies se reproduzem e saem de seus abrigos com mais facilidade por conta do calor. 

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo afirma que existem mais de 48 mil espécies de aranhas conhecidas em todo o mundo; 4,5 mil delas registradas no Brasil. Com tantos tipos diferentes, identificá-los e saber como agir diante de um acidente pode não ser uma tarefa fácil. 

É necessário, portanto, estar a par sobre as aranhas mais comuns no solo brasileiro e entender um pouco mais sobre os métodos de prevenção. A higiene na residência e o contato com os serviços de uma empresa dedetizadora são algumas práticas que podem ajudar a manter esses animais longe durante o verão. 

Conheça as espécies venenosas do Brasil 

Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação publicados no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, a aranha é o terceiro animal peçonhento com maior número de notificações de acidentes. 

O boletim destaca que o assunto é um tema de saúde pública e aponta a aranha-marrom, a armadeira/macaca e a viúva-negra como os três gêneros de aracnídeos mais comuns no Brasil. 

Aranha-marrom 

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Loxosceles intermedia, também conhecida como aranha-marrom, tem cerca de 1 cm de corpo, até 3 de comprimento total, possui hábitos noturnos e constrói sua teia de forma irregular, como se fosse um algodão esfiapado. 

Cabe ressaltar que a aranha-marrom não é uma espécie agressiva e sua picada geralmente ocorre quando a pessoa comprime o animal sobre a pele ao se vestir ou calçar um sapato. O acidente é quase imperceptível de primeiro momento, mas pode causar dor após algumas horas. 

De modo geral, o órgão aponta que o veneno dessa aranha pode causar feridas, manchas na pele, mal-estar, fraqueza, náuseas, necrose e anemia, dependendo do quadro do paciente. 

Aranha armadeira ou macaca

A Phoneutria, popularmente chamada de armadeira, macaca ou aranha-de-bananeira, é uma espécie que se torna agressiva sempre que se sente ameaçada. Antes de atacar, ela assume posição de defesa, apoiando-se nas pernas traseiras e erguendo as dianteiras. 

A Fiocruz aponta que a aranha-armadeira pode atingir 4 cm, com 15 cm de envergadura. Além disso, essa espécie é noturna e não constrói teias. A picada causa dor imediata, podendo se intensificar, além de edemas, sudorese e parestesia (sensação de formigamento ou dormência que acomete membros superiores e inferiores). 

Viúva-negra 

Conhecida por dar nome a filmes e peças de teatro, a viúva-negra ou Latrodectus é uma das aranhas mais perigosas presentes no solo brasileiro. É a fêmea que causa acidentes e, apesar de chegar a medir apenas 2 cm, têm um veneno tóxico, segundo a Fiocruz. 

O Ministério da Saúde salienta que esse gênero forma teias irregulares e pode ser encontrada dentro de casa ou em ambientes sombreados no jardim. A picada da viúva-negra provoca dores musculares intensas, alterações na pressão e no batimento cardíaco, sudorese, tremores e, em casos mais graves, distúrbios de comportamento. 

O que fazer em caso de picada

Acidentes causados por aranhas são frequentes e, quando ocorrem, é comum que as pessoas fiquem nervosas e não saibam ao certo como agir. A Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Paraná orienta lavar a região picada imediatamente. 

Além disso, deve-se elevar o local da mordida, utilizar compressas mornas para aliviar a dor e procurar o serviço médico mais próximo. A secretaria aponta ainda que não é recomendado fazer torniquete, furar, queimar ou realizar sucção na região da ferida. 

Cabe ressaltar que as aranhas também podem atacar animais domésticos e, nesses casos, o médico-veterinário deve ser procurado com urgência. 

Outra ação necessária é identificar a espécie de aranha que causou o ataque. Para isso, pode ser útil fotografar o aracnídeo ou até mesmo levá-lo no momento do atendimento hospitalar.

Métodos de prevenção 

A precaução é a melhor forma de reduzir o aumento de acidentes com aranhas durante o verão. As orientações do Ministério da Saúde são simples e podem ser implementadas no dia a dia.

No geral, recomenda-se manter jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, vedar frestas e sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois algumas espécies podem se esconder ali. 

Por fim, combater a proliferação de insetos com dedetização também é uma medida preventiva eficaz contra as aranhas. Cabe destacar que esse serviço pode ser feito por uma empresa desentupidora e reduz de forma expressiva a presença desses animais. Segundo o órgão, as pragas urbanas são o alimento de muitos aracnídeos, que quando buscam fonte de energia nos períodos mais quentes, podem ocupar as residências e aumentar sua população.