Adepta do modelo de organização Teal, legaltech de monitoramento pretende crescer 70% em 2022

Adepta do modelo de organização Teal, legaltech de monitoramento pretende crescer 70% em 2022

Além de simplificar o acesso a dados de processos jurídicos no Brasil, a Invenis também vai lançar neste ano nova ferramenta baseada em análise preditiva de sentenças; Nos últimos dois anos, startup aumentou em 135% a Receita Recorrente Mensal

Desburocratizar e facilitar o acesso a dados de processos jurídicos no Brasil. Esse é o propósito da Invenis, legaltech que auxilia escritórios e departamentos jurídicos a tomarem decisões estratégicas com mais agilidade e precisão. Adepta do modelo de organização Teal, no qual os colaboradores têm total autonomia para tomar decisões, a startup neste ano pretende aumentar em 70% a Receita Mensal Recorrente (MRR). Nos últimos dois anos, a empresa já havia registrado um crescimento de 135% em seu MRR, 78% em seu ticket médio e 32% na carteira de clientes. 

De acordo com Matheus Bombig, cofundador da startup, ao disponibilizar uma ferramenta que monitora e alerta sobre novos processos judiciais, além de outras que possibilitam acompanhar o andamento de ações existentes e extrair o histórico processual nos mais de 150 Tribunais do Brasil, as soluções da Invenis proporcionam mecanismos para os advogados aumentarem o tempo de defesa e reduzirem as revelias, ampliar a visibilidade dos processos ajuizados e suas movimentações, assim como gerar maior facilidade nas negociações de acordos. “Alguns clientes já relataram terem zerado as revelias após passar a utilizar a ferramenta. Outros informaram terem ganho 10 dias para a elaboração de defesas ou tempo hábil para encerrar processos com acordos e, assim, evitar danos à imagem dos clientes. Também tivemos um parceiro que reportou uma redução de 30% de horas administrativas dedicadas à captura de novos processos”, informa o empreendedor, que criou a legaltech em 2015, juntamente com os sócios Pedro Vicentini e Daniel Taparelli.

Para continuar gerando valor ao mercado, em 2022, a Invenis irá lançar uma nova ferramenta baseada em análise preditiva de sentenças. Com a novidade, ao serem alertados sobre um novo processo, os clientes passarão a receber as probabilidades de êxito, conforme sentenças proferidas em ações similares, considerando assunto, classe, comarca e juiz. “Assim, por exemplo, o corpo jurídico tem subsídios para avaliar a estratégia que pode indicar um acordo ou seguir uma determinada tese vencedora no momento da defesa”, explica Bombig. 

Atualmente, com quase 80 milhões de processos ativos, o Brasil é um dos países com maior burocracia no âmbito judiciário. Tanto é verdade que, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as estimativas apontam que os gastos na área ultrapassam a marca de 2% do PIB nacional, enquanto em outras nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) os custos não passam de 0,5%. “A Invenis tem o papel de desburocratizar parte desses processos, diminuindo os custos para os operadores do Direito e, consequentemente, para a população”, complementa o cofundador.

Gestão disruptiva
A inovação que a legaltech oferece ao mercado jurídico é um reflexo de sua disrupção interna. Desde o início de 2021, a Invenis adota o modelo de organização Teal, com o objetivo de desconstruir a hierarquia e permitir que cada membro do time tenha autonomia para tomar decisões.

“A maioria dos livros de gestão pregam um modelo baseado em pirâmide hierárquica com centralização de autoridade. Contudo, esse método está virando um gargalo para a velocidade necessária na tomada de decisões que o mundo complexo e conectado de hoje exige. Um dos pilares de uma organização Teal é a gestão descentralizada, que dá liberdade para os colaboradores tomarem decisões sem perda de tempo e excesso de processos. Adotamos para evitar amarras no dia a dia da equipe e abrir espaço para que possam errar e criar”, afirma Bombig. “Hoje, já é possível mensurar um impacto positivo nas experiências dos nossos clientes, justamente por não haver burocracia nas tomadas de decisões. Ou seja, conseguimos atender às necessidades deles e fazer negociações com mais liberdade, que façam sentido para os dois lados”, complementa.

Ao longo do ano, o empreendedor pretende aumentar a equipe em 50%. “Como os desafios nunca terminam, meu foco agora é atrair novos talentos que compartilham do mesmo ideal. Queremos validar nossa cultura e modelo de gestão descentralizada para manter o time motivado, produtivo e feliz”, conclui.