Energia alternativa entra na Bolsa

Energia alternativa entra na Bolsa

O setor de energia renovável alternativa deu mais um passo ao crescimento: abriu seu capital (disponibilizando ações para venda) na Bolsa de Valores. A pioneira na medida é a empresa Renova Energia, que venceu em dezembro leilão para construção de 14 parques geradores de energia por força eólica na Bahia. A situação é sinal de que existem investidores interessados na ‘energia dos ventos”, e indica maior ingresso de recursos nesta modalidade de geração e, automaticamente, melhorias para o consumidor em geral.

Como em outros setores, as grandes empresas abrem capital (colocam ações na Bolsa) com intuito de crescer. Com isso, há captação de recursos, o que é transformado muitas vezes em pesquisas e desenvolvimento e, de alguma maneira, o reflexo chega ao consumidor. Como uma empresa de logística, por exemplo, que quanto mais cresce, mais rápido será o transporte e maior a segurança das cargas. Com isso, um produto encomendado tende a atingir seu destino mais rápido.

É o que acontece com o setor de energia, principalmente considerando a energial alternativa renovável, segmento ainda muito pequeno se comparado com outros. Conforme dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), existem atualmente 45 usinas eólicas no País em atividade e duas em construção, enquanto o setor hidrelétrico possui 487 unidades ativas e 14 em fase de desenvolvimento.

O diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME (Ministério de Minas e energia), Hamilton Moss, explica que quanto maior o investimento no setor, aumentam as chances do consumidor ser beneficiado. “A energia alternativa, por exemplo, serve para substituir a produção de outros tipos de usinas. Como no Nordeste, local onde a época de seca casa com a temporada dos ventos. Então, se a energia das hidrelétricas está escassa, a dos ventos compensam.”

Melhorias – Duas questões esbarram no tema energia renovável alternativa. A primeira é o custo da produção. E a segunda é a degradação parcial do meio-ambiente. Uma é conflitante com a outra, tendo em vista que quanto mais cara a produção, menores serão os riscos à natureza.

Conforme Moss, sem contar os preços de infraestrutura para o fornecimento de energia aos consumidores, os produtores, que são as usinas, gastam em média R$ 80 por MWh para gerar energia em hidrelétricas, mas o índice de alagamento é grande. No caso de usinas de gás, biomassa, petróleo, carvão mineral e eólica, o custo gira em torno de R$ 130 por MWh. A usina solar, com menor índice prejudicial ao meio ambiente demanda cerca de R$ 800 por MWh.

Também é necessário considerar a capacidade de geração das usinas, pois os consumidores não querem ficar sem eletricidade. “Da eólica, nós temos fator de capacidade de geração de 25%. Já a Biomassa (bagaço da cana-de-açúcar) é de 40%. As hidrelétricas chegam a 70%. E as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) em torno de 55%”, contou Moss. Portanto instalar usinas eólica, com menor taxa de degradação ambiental, e deixar de lado as hidrelétricas para alimentar São Paulo, as chances de apagões seriam grandes. Os ventos do Sudeste não são intensos e contínuos como no Norte e Nordeste.

“Tem também a capacidade de armazenamento de energia. Nas hidrelétricas você pode guardar a água para usar em seca. Se o vento acabar, nao tem como guardá-los”, acrescentou Moss.

Sol é pouco utilizado no País como matriz de geração
O diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME (Ministério de Minas e Energia), Hamilton Moss, destaca que o Sol é importante para quase todos os tipos de usinas de energia. “Em todas as energias renováveis, a base é o Sol. Sem ele, não venta. A biomassa (bagaço da cana-de-açucar), a planta não nasceria”, pontuou. Mas como fonte primária de energia, o Sol ainda é pouco utilizado no País.

Isso acontece pelo alto custo de produção. Os materiais são caros e, muitas vezes, compensam apenas para fornecer energia para vilarejos muito afastados, para compensar a fiação, avaliou Moss.

A radiação solar pode ser captada direto por placas, que a transformam em eletricidade, ou em espelhos que fervem a água, tranformando-a em vapor, que move turbinas gerando energia.

“Existe pesquisa no Ministério que pretende testar a produção desta forma em alguns anos”, disse Moss, sem precisar as datas. Ele acrescentou que a Europa já pratica com excelência a geração.

Fonte: http://www.synergiaeditora.com.br/noticias/975-26072010-energia-alternativa-entra-na-bolsa

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