Metaverso, justiça, advocacia, direito e outras coisitas…

Metaverso, justiça, advocacia, direito e outras coisitas…

O metaverso é a hype do momento. Todos os dias artigos novos com ingressos de escritórios de advocacia, tribunais, empresas e muita gente afirmando categoricamente que o futuro pertence ao virtual.

Ouso discordar, concordando.

As empresas tem acreditado como um futuro, sem saber ao certo como monetizar tudo isto. Tem até mudado seus nomes (Facebook virou Meta por este motivo) e mesmo com investimentos pesados, temos mais dúvidas que certezas acerca do tema.

O judiciário na mesma toada começou a criar ambientes virtuais para atender advogados e cidadãos, dando entrevistas e vídeos do sucesso dos atendimentos.

Escritórios fazem o mesmo, com espaços em metaversos criados (nos mais famosos, lógico) para demonstrar estrutura, atendimento e muito mais (será que devemos lembrar que independente do local – físico ou virtual – ainda temos um código de ética? Assunto para um outro post…) e tudo isto ainda não se traduz em algo diferente do que reuniões virtuais com avatares (que as próprias ferramentas de reuniões virtuais como Zoom, Microsoft Teams e outras já possuem).

A empresa KPMG fez um prognóstico muito interessante sobre as 10 tendências para a advocacia até 2025, e o virtual está em muitas delas, sem citar expressamente o metaverso. Acompanhe aqui: https://home.kpmg/xx/en/home/insights/2020/12/future-of-legal-article-series.html 

Não podemos ignorar as tendências de mercado e é imperioso acompanhar as mesmas para aproveitar o que elas nos trazem de positivo e relevante. Todavia, adotar apenas porque outros estão fazendo pode ser um problema e não uma solução.

Vamos lá!

Sobre o metaverso em si, para o mesmo se popularizar, terá que ser acessível por qualquer computador ou celular, mesmo com uma internet mais ou menos como a maioria da população no Brasil tem, e hoje esta não é a realidade. Precisa de internet boa pra ótima e ainda investimentos em óculos e ferramentas. 

Sobre a justiça em si, pode ser algo interessante, se o judiciário disponibilizar para os advogados e partes o acesso dentro dos tribunais. Não pode o judiciário obstar a justiça com uso de tecnologia. A tecnologia deve ser inclusiva! E se as partes ou os advogados não tem acesso com plenitude, não pode ser o único meio de acesso ao judiciário.

Sobre a advocacia, pode se transformar num local interessante de networking, pessoas, entre outros. Pode também se transformar num local de negócios e oportunidades. Entretanto, hoje, não é. Hoje é um local de avatares e prédios, cidades, empresas em construção, sem muito o que se fazer lá dentro, fora jogar (Roblox, entre outros).

E não pensem que o jogo ou uso para jogar é demérito, trata-se de um mercado milionário, porém, não é o foco de todos dentro do metaverso.

Além disto, a grande maioria dos advogados sequer tem gestão efetiva do WhatsApp nas suas vidas corporativas, quiçá pessoais. Adicionar o metaverso, com salas virtuais, com pessoas indo lá em todos os horários, com inúmeras possibilidades de atendimento pode ser útil ou ser um fardo. 

Que tal pensar em como atender bem os clientes atuais com o WhatsApp e depois começar a pensar em criar novos canais de atendimento como o metaverso? #PraPensar

Assim, entendo que observar, perceber as nuances do mercado podem nos levar a algo sério e de bons frutos no metaverso. Mas, hoje, ainda é uma hype para poucos que precisa evoluir para ser um mercado exponencial como é comumente vendido por aí.

Sou Gustavo Rocha

Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos, membro de diversas comissões na OAB.

Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.

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